Pressão popular faz governo recuar nos projetos da privatização do Paraná

Com as galerias da Assembleia Legislativa lotadas por trabalhadores e trabalhadoras, o governo Beto Richa não teve outra alternativa: recuou no “tratoraço” para aprovar os projetos de privatização que deveriam ter ocorrido nesta segunda-feira (16).

As mensagens enviadas ao executivo foram retiradas da pauta de votação após forte pressão popular. Representantes da CUT, do Fórum das Entidades Sindicais e do SindiSaúde foram em massa para impedir a votação dos projetos e conseguiram.

“A unidade da classe trabalhadora representa isso: vitória no campo político. Mas vencemos uma batalha, ainda não vencemos a guerra, uma vez que a promessa é que o projeto volte à pauta de votação ano que vem. Mas continuaremos mobilizados”, afirmou a presidenta da CUT-PR, Regina Cruz, das galerias da Assembleia Legislativa.

A retirada do projeto de pauta se deu logo no início da sessão legislativa, quando o líder da bancada, deputado Ademar Traiano (PSDB), leu um requerimento solicitando a retirada dos projetos. O resultado veio das galerias com muita comemoração aos gritos de “Não, não a privatização”.

“Isso, para nós, mais uma vez, é uma conquista importante, pois é um momento de pressão sobre os deputados, para fazê-los reconhecer de que não é possível que o governo mande vários projetos de lei, que são de tamanha importância para a população do Paraná, para serem votados assim, à toque de caixa. Não é admissível que este governo queira aprovar tais propostas e privatize a saúde no Estado. Não aceitamos isto, por isso que nós viemos aqui, com todas as s dificuldades,  trouxemos os servidores e é importante que o governo abra diálogo, porque não é possível que, mais uma vez, o projeto de privatização seja instaurado no Paraná”,

Entenda – No final da tarde do último dia nove de dezembro, o Governo do Estado enviou à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei Complementar 22/2013 e o Projeto de Lei 627/2013. O primeiro deles abria a possibilidade da criação de fundações para administração de serviços públicos como a saúde, ensino superior, desportos, cultura, assistência social entre outros.

Já o PL 627/2013 estabelecia a criação da Fundação Estatal de Atenção em Saúde, uma instituição de caráter privado para administração do sistema público de saúde no Paraná. Esta fundação teria um conselho gestor com plenos poderes para fazer a gestão do SUS no Estado.

Menos de 24 horas após enviar os projetos à Assembleia Legislativa, o líder do Governo tentou, pela primeira vez, passar o “tratoraço” e aprovar ambos os projetos na última terça-feira (10). Contudo, após a indignação de parte dos deputados, aconteceu o primeiro recuou e a votação foi adiada para segunda-feira (16).
 
Com as galerias cheias de trabalhadores e trabalhadoras, o Governo do Estado não teve outra opção a não ser recuar novamente e retirar os projetos de pauta. A promessa é que eles voltem à votação em fevereiro de 2014.

Escrito por: CUT PR

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