Movimento sindical abre frente de luta

O protagonismo político do sindicalismo brasileiro deixou de ser restrito à esfera participativa da sociedade civil para angariar espaço também na esfera eletiva. É indiscutível que muitos sindicalistas e dirigentes assumiram, ao longo da história, essa dupla responsabilidade: a de continuar representando os trabalhadores em suas bases e, ao mesmo tempo, transcender essa representação para o trabalho legislativo, elegendo-se vereadores e deputados. E também orientando que a categoria escolha candidatos que, mesmo não oriundos do movimento sindical, tragam consigo um comprometimento com as reivindicações e demandas de determinada categoria e/ou de toda a classe trabalhadora.

Pensando nesta frente de luta, no dia 7 de agosto, os dirigentes das centrais sindicais entregaram à presidenta Dilma Rousseff um documento contendo as principais reivindicações da pauta trabalhista. A cerimônia de entrega aconteceu durante um encontro da presidenta com os sindicalistas no Ginásio de Esportes da Portuguesa, em São Paulo.

No documento, os sindicalistas reivindicam, entre outros temas, o “fim do fator previdenciário; jornada de 40 horas semanais, sem redução salarial; regulamentação da Convenção 151 da OIT; ratificação da Convenção 158 da Organização; correção da tabela do Imposto de Renda (IR) na fonte; reajuste digno para os aposentados; mais investimentos em saúde, educação, segurança e transporte público de qualidade; redução na taxa de juros; reforma agrária e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres”.

O texto afirma ainda que “para o Brasil continuar na trajetória de desenvolvimento social, crescimento econômico e distribuição de renda, é preciso manter, aprofundar e aprimorar os elementos centrais da política do governo”.

Além disso, os dirigentes enfatizaram a necessidade de conter medidas que “trazem amarga lembrança do arrocho salarial e da política de austeridade fiscal que assolaram a classe trabalhadora tanto na época da ditadura militar quanto nas décadas perdidas para a hegemonia do neoliberalismo.”. Segundo o documento, tais medidas “não correspondem ao compromisso com a pauta apresentada pelos trabalhadores, seus sindicatos e suas centrais sindicais”.

Compromisso

A presidenta Dilma Rousseff ressaltou que o documento representa um compromisso com o povo brasileiro. “O movimento dos trabalhadores sempre deu lições a todo o Brasil. Diante de momentos especiais, vocês sempre deram uma demonstração de unidade e patriotismo. Estamos mais uma vez diante de um desses momentos. Ou avançamos em direção ao futuro ou voltamos ao retrocesso e ao passado”, pontuou.

Dilma destacou que a renda dos trabalhadores cresceu mais de 70% desde o governo Lula. “Isso reparou a injustiça do passado e deu justiça ao presente. Enquanto o mundo desempregou 60 milhões de pessoas, até agora, o Brasil criou 11,5 milhões de vagas com carteira assinada”, afirmou a presidenta e candidata à reeleição.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do evento e destacou o espaço dado aos trabalhadores no seu governo. “Eles nunca tinham tempo para o povo na agenda presidencial anterior à minha. Não foi possível atender a tudo, mas sempre tratamos bem os trabalhadores brasileiros”, disse.

“Temos de discutir agora produtividade, competitividade e o futuro do Brasil, que começou em outubro de 2002, quando o Brasil elegeu um metalúrgico para presidente”, finalizou Lula.

Conquistas

Os dirigentes afirmam, no documento entregue a Dilma, que a diminuição da desigualdade social é chave para o fortalecimento da soberania nacional. O texto destaca que “programas sociais, especialmente o Bolsa Família, tirou mais de 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza e fez com que 42 milhões passassem a compor a chamada classe C.”.

O documento cita ainda como conquistas obtidas pelos trabalhadores, entre outras, “o controle efetivo da inflação, a valorização do salário mínimo e os aumentos reais dos salários; a geração de mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada e a diminuição do trabalho informal e precário; o programa de habitação “Minha Casa, Minha Vida”; o reconhecimento das trabalhadoras domésticas e a garantia dos seus direitos trabalhistas e previdenciários; além da fundação de novas universidades federais, escolas técnicas, e a duplicação das vagas no ensino superior de 3,7 para 7 milhões”.

Com informações das centrais sindicais


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