Senado aprova aposentadoria compulsória aos 75 para servidores
O Senado aprovou nesta quarta-feira (1º), por 59 votos a 5,
o projeto que eleva de 70 para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória dos
servidores públicos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios. Na prática, a proposta estende a chamada PEC da Bengala,
sobre a aposentadoria compulsória para magistrados de tribunais superiores e do
Tribunal de Contas da União, para todos os servidores públicos. Com a
aprovação, o texto segue para votação na Câmara dos Deputados.
O projeto aprovada no Senado inclui todos os membros dos
Tribunais e Conselhos de Contas e os membros das Defensorias Públicas. A
extensão da aposentadoria compulsória para 75 anos também alcança membros do
Poder Judiciário e do Ministério Público.
De acordo com o autor do projeto, senador José Serra
(PSDB-SP), a economia gerada com a aprovação do texto "seria entre R$ 800
milhões e R$ 1,4 bilhão ao ano, ao longo dos próximos 55 anos" apenas no
âmbito da União. "Essa estimativa, repetimos, não considera estados,
Distrito Federal e municípios [...] de modo que esperamos resultados ainda mais
benéficos para os cofres públicos", justifica o tucano no texto.
Segundo o Ministério do Planejamento, apenas em 2014, 802
servidores públicos se aposentaram compulsoriamente aos 70 anos de idade, 5,1%
do total de aposentadorias no ano passado.
Durante a discussão do texto, os senadores Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP) e José Pimentel (PT-CE) questionaram a constitucionalidade
da matéria já que, segundo eles, a iniciativa de projetos de leis que tratem da
organização do Poder Judiciário ou que tratem da organização do Ministério
Público é de iniciativa exclusiva dos chefes desses poderes, respectivamente o
presidente do Supremo Tribunal Federal e o procurador-geral da República.
"Portanto nós padecemos de vício de origem quando
adentramos na organização privativa do Poder Judiciário e na organização
privativa do Ministério Público Federal", alegou Randolfe.
A tese levantada pelos senadores foi derrubada pelo
plenário, que decidiu continuar com a votação. O texto recebeu uma emenda para
que os efeitos da lei sejam também aplicados aos membros da Defensoria Pública,
que têm carreira independente.
Entidades sindicais e Associações de servidores de todo o
país estão em mobilização permanente no Congresso contra a PEC 457/2005. Esta
frente de luta entende que a proposta está na contramão das regras aplicadas em
outros países. A PEC é contrária à lógica republicana e representa um obstáculo
em todos os graus de jurisdição, além do mais haverá prejuízos não só no
aspecto financeiro-orçamentário, mas também quanto à falta de renovação do
pensamento e dos posicionamentos das carreiras de Estado.
Com informações do G1
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