Servidores são uma das vítimas da ação dos bancos

Em entrevista a TV SINSP/RN, o diretor do Sindicato dos Bancários do RN, Gilberto Monteiro, esclareceu que a movimentação financeira dos pagamentos dos salários dos servidores envolve interesses que nem sempre estão de acordo com as necessidades dos funcionários públicos e da sociedade de uma forma geral.

Como é realizada a venda da gestão da conta dos servidores pelo Governo do Estado?
Gilberto Monteiro – O Governo do Estado contrata anualmente a compra de sua folha de pagamento pelos bancos. Esta operação envolve muito dinheiro, pois atende a todo o contingente de servidores ativos e aposentados do Estado. Há muitos anos o Banco do Brasil tem vencido esta concorrência sobre os demais bancos públicos e privados por ter maior poder de barganha, seja na capacidade de atendimento ou pela extensão de sua área de atuação.

Os servidores e a população em geral têm reclamado cada vez mais dos serviços prestados pelos Bancos. A que se deve isso?
Gilberto Monteiro – Os bancos adotaram estratégias para reduzir seus custos e isso infelizmente está na contramão das necessidades dos servidores e da população em geral. Uma das formas utilizadas pelas instituições bancárias é a união de terminais de atendimento como forma de compartilhar seus custos. Foi com este objetivo que os bancos públicos e privados têm participação na TECBAN, que opera o Banco 24h. Com o passar do tempo os terminais com as bandeiras dos bancos serão substituídos por equipamentos desta Empresa.

Saiba mais:
SINSP/RN denuncia falta de terminais bancários no Centro Administrativo
TV  SINSP - Programa 18

Que consequências terão estas mudanças para os servidores e a população?
Gilberto Monteiro – Vai ser um caos total porque a TECBAN não vai repor a mesma quantidade de todos os terminais dos bancos hoje existentes. Os clientes dos bancos serão atendidos por um só terminal e em número insuficiente para atender a crescente demanda. As filas serão cada vez maiores com perda na qualidade da prestação do serviço ofertado.

E como ficarão os serviços com este mudança?
Gilberto Monteiro – Os terminais do Banco 24h realizam saque, saldo e extrato. Porém não pagam títulos. Esta demanda terá que ser absorvida pelas agências bancárias e casas lotéricas. Com certeza será mais um fator que vai dificultar a vida dos servidores e da população em geral.
Os bancos devem fazer algum tipo de experiência para saber se vai dar certo. Se for favorável, vão substituir os caixas eletrônicos em todo em todo lugar. Desde forma as salas de autoatendimento nas agencias bancárias ficarão lotadas piorando o atendimento da clientela.

Imagino que a situação deva ficar pior no interior do Estado...
Gilberto Monteiro – As cidades interioranas já sofrem com o número reduzido de agências e de terminais de atendimento. Os bancos diminuem ou aumentam a capacidade de atendimento de acordo com a demanda. Com esta nova restruturação a tendência é piorar, ainda mais com o aumento da violência com os assaltos e explosões de caixas eletrônicos. Será cada vez mais comum os servidores terem que se deslocar em grandes distâncias de uma cidade para outra para receber o atendimento que merecem.

Como em sua opinião o SINSP/RN pode contribuir para esta luta?
Gilberto Monteiro –  O SINSP/RN pode atuar junto ao Governo do Estado para que o Banco do Brasil instalem mais terminais de atendimento. Os gestores estaduais tem poder de barganha, pois todos os recursos passam pelo referido Banco.
Os servidores são os maiores clientes do Banco do Brasil, pois são eles que movimentam boa parte dos recursos do Estado através do pagamento de seus salários e nas receitas  do Banco através das tarifas, empréstimos consignados...

O Sindicato dos Bancários do RN está solidário e apoia nesta luta junto com o SINSP/RN.

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